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Organic Production Certification: A Commitment to Quality, Innovation, and the Future
Nuno Mamede Santos, 12/2024
[Versão Portuguesa abaixo]
Over more than two decades of involvement with ecological and regenerative farming practices, I have realized that agriculture, in its essence, is a constant opportunity for transformation and regeneration. From my first steps in 2003, at Quinta da Ana Velha in Olhão, with my friend José Godinho, to the present day, I have gone through a journey that has taken me from being a caretaker/farmer to becoming a consultant, focusing on creating regenerative solutions for farms. Now, I’m “returning to the basics,” and I am developing, with my family, an agricultural project that reflects a new vision of production – not only focused on profit but on regenerating the land and building a more balanced future for my family, friends, clients, and neighbors.
I have decided to certify my property in organic production (OP). This is the first certification that I consider essential for adding value to production, promoting regenerative farming practices, and creating a deeper connection with consumers. Certification is not just a stamp; it is a reflection of our daily commitment to the land and an important tool to ensure recognition and appreciation of our work.
Why Certification?
Organic certification represents a way to communicate to consumers that what reaches their tables has been produced with awareness, respecting natural cycles and regenerative principles. It is not just about selling a product, but about creating a narrative around it, showing that each consumption choice can have a positive impact on the environment.
The goal goes beyond simple validation. I want to build a relationship of transparency and trust between producers and consumers, creating a network of support between conscious consumers and farmers who work for soil and biodiversity regeneration. Certification, in this sense, is a means to achieve this goal and contribute to a more just and regenerative food system.
The Challenges of Certification: Overcoming Barriers with Creativity
Although essential, organic certification is not an easy process. We face challenges such as bureaucracy, lack of practical training, high initial costs, and often the difficulty of finding fair marketing channels for our products. However, I believe that these obstacles can be transformed into opportunities, especially when we think creatively.
Making Certification More Interactive and Motivating
And why not make certification more interactive? Instead of being seen as a bureaucratic and intimidating process, certification can be a motivating and rewarding journey. We could introduce a gamification approach, where each completed step is a victory to be celebrated. For example, upon completing an audit phase or meeting a specific requirement, we could be rewarded with benefits such as discounts on certification fees, provisional certificates, or even access to exclusive support resources. A token could even be developed and serve as an asset between producers, certifiers, and consumers.
This would not only make the process more engaging and less intimidating, but it would also increase producers’ involvement by rewarding their effort and dedication at each step. Gamification creates an incentive and recognition dynamic, something crucial for everyone to feel part of a bigger movement aimed at regenerating the land and valuing sustainable practices.
Practical Field Training: Learning Together
Training should also be more practical and accessible. I propose the creation of itinerant workshops, where specialists can visit farms and teach directly in the field, based on the real needs and challenges farmers face. These sessions could be held in collaboration with local associations and serve as an opportunity to learn by doing, promoting true and practical learning.
Engaging Local Communities: A Mutual Support Network
But certification should not be seen in isolation. We need to engage even more with local communities to create a support network and value organic production. For example, we can create partnerships with local restaurants and grocery stores, ensuring that organic products have a steady outlet. Moreover, these partnerships help strengthen the local value chain, creating a system of conscious and collaborative consumption.
Organizing events at the farms is also an excellent way to educate consumers and build trust. Welcoming people to our properties, showing how we cultivate regeneratively, and explaining the positive impact of our practices can be a powerful way to engage. These events not only help create transparency in the production process but also offer a unique opportunity for direct connection between producers and consumers, allowing people to see firsthand the transformation they are supporting.
Creating a Market and Value for Local Products
Additionally, we can explore exclusive virtual markets for organic products, where consumers can buy directly from producers. This not only improves the profit margin for farmers but also strengthens the relationship between producer and consumer, creating a continuous and fairer cycle of value.
It is crucial for consumers to understand the value of organic and regenerative practices and the impact of each choice they make. This can be facilitated through educational campaigns, partnerships with other farms, and community events that promote ecological awareness and responsible consumption.
Building a Regenerative Future, Together
Certification is not just a goal in itself, but a path toward a change in mindset. If we can work together, exchange knowledge, share resources, and engage local communities, certification can be a tool to transform the agricultural system into something regenerative and sustainable, which goes far beyond food production.
Together, we can overcome the challenges of organic certification and build a more regenerative, fair, and connected future. A future where organic farming is not just an option, but a standard of excellence that defines how we relate to the land, production, and consumption. Certification is just the beginning of this journey.
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Certificação em Produção Biológica: Um Compromisso com a Qualidade, a Inovação e o Futuro
Nuno Mamede Santos, 12/2024
[Versão em Português]
Ao longo de mais de duas décadas de envolvimento com práticas agrícolas ecológicas e regenerativas, percebi que a agricultura é, na sua essência, uma oportunidade constante de transformação e regeneração. Desde os meus primeiros passos, em 2003, na Quinta da Ana Velha, em Olhão, com o meu amigo José Godinho, até aos dias de hoje, passei por uma jornada que me levou de caseiro/agricultor para consultor, com foco na criação de soluções regenerativas para quintas. Agora, “volto á base”, e estou a desenvolver, com a minha família, um projeto agrícola que reflete uma nova visão de produção – não apenas focada no lucro, mas na regeneração da terra e na construção de um futuro mais equilibrado para a minha familia, amigos, clientes e vizinhos.
Decidi certificar a minha propriedade em modo de produção biológica (MPB). Esta é a primeira certificação que considero essencial para valorizar a produção, promover práticas agrícolas regenerativas e criar uma conexão mais profunda com os consumidores. A certificação não é apenas um selo, mas um reflexo do nosso compromisso diário com a terra e uma ferramenta importante para garantir o reconhecimento e a valorização do nosso trabalho.
Porquê a Certificação?
A certificação em MPB representa uma forma de comunicar ao consumidor que o que chega às suas mesas foi produzido com consciência, respeitando os ciclos naturais e os princípios regenerativos. Não se trata apenas de vender um produto, mas de criar uma narrativa em torno dele, de mostrar que cada escolha de consumo pode ter um impacto positivo no ambiente.
O objetivo vai além de uma simples validação. Quero construir uma relação de transparência e confiança entre quem produz e quem consome, criando uma rede de apoio entre consumidores conscientes e agricultores que trabalham pela regeneração do solo e da biodiversidade. A certificação, nesse sentido, é um meio de alcançar esse fim e contribuir para um sistema alimentar mais justo e regenerativo.
Os Desafios da Certificação: Superando Barreiras com Criatividade
A certificação em MPB, embora essencial, não é um processo fácil. Enfrentamos desafios como a burocracia, a falta de formação prática, os altos custos iniciais e, muitas vezes, a dificuldade de encontrar canais de comercialização justos para os nossos produtos. No entanto, acredito que esses obstáculos podem ser transformados em oportunidades, especialmente quando pensamos de forma criativa.
Tornar a Certificação Mais Interativa e Motivadora
E, porque não tornar a certificação mais interativa? Em vez de ser vista como um processo burocrático e intimidante, a certificação pode ser uma jornada motivadora e recompensadora. Podemos introduzir uma abordagem de gamificação, onde cada etapa concluída seja uma vitória a ser celebrada. Por exemplo, ao concluir uma fase de auditoria ou ao atender a um requisito específico, poderíamos ser premiados com benefícios como descontos em taxas de certificação, certificados provisórios ou até mesmo acesso a recursos exclusivos de apoio. E até um token, poderia ser desenvolvido e servir de activo entre produtores, certificadoras e consumidores.
Isso não só tornaria o processo mais envolvente e menos intimidante, como também aumentaria o engajamento dos produtores, ao verem recompensado o seu esforço e dedicação em cada etapa cumprida. A gamificação cria uma dinâmica de incentivo e reconhecimento, algo fundamental para que todos se sintam parte de um movimento maior que visa a regeneração da terra e a valorização de práticas sustentáveis.
Formação Prática no Campo: Aprender Juntos
A formação também deve ser mais prática e acessível. Proponho a criação de workshops itinerantes, onde especialistas possam visitar as explorações e ensinar diretamente no terreno, com base nas necessidades e desafios reais dos agricultores. Essas sessões poderiam ser realizadas em colaboração com associações locais e servir como uma oportunidade para aprender fazendo, promovendo uma aprendizagem verdadeira e prática.
Envolvimento das Comunidades Locais: Uma Rede de apoio mútuo
Mas a certificação não deve ser vista isoladamente. Precisamos envolver ainda mais as comunidades locais para criar uma rede de apoio e valorizar a produção biológica. Podemos, por exemplo, criar parcerias com restaurantes e mercearias locais, garantindo que os produtos biológicos tenham um canal constante de escoamento. Além disso, estas parcerias ajudam a fortalecer a cadeia de valor local, criando um sistema de consumo consciente e colaborativo.
Organizar eventos nas explorações também é uma excelente maneira de educar os consumidores e estreitar laços de confiança. Receber pessoas nas nossas propriedades, mostrar como cultivamos de forma regenerativa e explicar o impacto positivo das nossas práticas pode ser uma forma poderosa de engajamento. Esses eventos não só ajudam a criar transparência no processo produtivo, mas também oferecem uma oportunidade única de conexão direta entre produtores e consumidores, permitindo que as pessoas vejam de perto a transformação que estão a apoiar.
Criar Mercado e Valor no Produto Local
Além disso, podemos explorar mercados virtuais exclusivos para produtos biológicos, onde os consumidores possam comprar diretamente aos produtores. Isso não só melhora a margem de lucro dos agricultores, mas também fortalece a relação entre o produtor e o consumidor, criando um ciclo de valorização contínuo e mais justo.
É fundamental que os consumidores compreendam o valor das práticas biológicas e regenerativas e o impacto de cada escolha que fazem. Isso pode ser facilitado através de campanhas educativas, parcerias com outras explorações e eventos comunitários que promovam a consciência ecológica e o consumo responsável.
Construindo um Futuro Regenerativo, Juntos
A certificação não é apenas um objetivo em si, mas um caminho para uma mudança de mentalidade. Se conseguimos trabalhar juntos, trocar conhecimentos, partilhar recursos e envolver as comunidades locais, a certificação pode ser uma ferramenta para transformar o sistema agrícola em algo regenerativo e sustentável, que vai muito além da produção de alimentos.
Juntos, podemos superar os desafios da certificação em MPB e construir um futuro mais regenerativo, mais justo e mais conectado. Um futuro onde a agricultura biológica não seja apenas uma opção, mas um padrão de excelência que define a forma como nos relacionamos com a terra, a produção e o consumo. A certificação é só o começo dessa jornada.