Destino.
Uma palavra que carrega um peso enorme. Pode ser aquilo que nos espera lá no fim, no final de tudo, ou simplesmente o lugar para onde vamos. Como quem está numa estação de comboios, a olhar para o horizonte, onde o trilho se perde no desconhecido. Parece fácil pensar que o destino é só o fim do caminho. Mas… e o caminho? Esse é a escolha, a direcção que seguimos, empurrados pelos nossos desejos, pelos nossos medos, ou pelo que nos dizem que é possível.
Mas será que o destino já está escrito? Alguma coisa que não podemos mudar, como uma história pronta? Ou será que o destino é simplesmente aquilo que projectamos, seja de forma consciente ou não, ao longo da nossa caminhada?
Pensa nisto: porque será que o que passa na televisão se chama programação? Coincidência? Acho que não. Olha para o horário nobre, para aquilo que nos mostram. Dá para dizer que nos inspira, que nos faz sonhar? Claro que não. O que nos dão são tragédias, medo, distopias. Um ciclo infinito de tudo o que pode correr mal. E será isto falta de jeito ou será pensado ao detalhe?
Não é inocente. O que consumimos, sem darmos conta, acaba por se transformar no que projectamos. E o que projectamos molda a nossa realidade. É impossível consumir tanto pessimismo e não começar a acreditar que é assim que as coisas têm de ser. O destino colectivo torna-se uma prisão. Uma prisão feita dos medos que nos ensinaram a carregar.
Mas sabes o que é mais curioso? Por mais escuro que o céu pareça, o sol está sempre lá em cima, escondido atrás das nuvens. A luz, a alegria, a esperança – tudo isso está lá. Mesmo nos dias mais cinzentos. Essa ideia simples, quase infantil, lembra-nos que, por muito mau que o presente possa parecer, há sempre um potencial maior à nossa espera. O problema é: conseguimos imaginá-lo? Conseguimos sonhar com algo melhor?
É aqui que entra a lei da atracção. Não como uma moda ou um conceito abstrato, mas como uma ferramenta real. Quando pensamos no que queremos, quando alimentamos a nossa mente com imagens positivas, estamos, sem dar conta, a abrir caminho. A moldar o nosso destino. Porque aquilo em que nos focamos ganha forma, energia, direcção.
Por outro lado, se deixamos que o medo e a ansiedade tomem conta de nós, adivinha o que acontece? Criamos exactamente aquilo que queremos evitar. As preocupações, os receios, as dúvidas – tudo isso tem uma força criativa tão grande como os sonhos. E assim, o destino transforma-se numa armadilha. Uma armadilha feita por nós mesmos.
O destino não é algo que nos espera, imóvel, no final do percurso. É algo que construímos todos os dias. Começa nas histórias que escolhemos acreditar, nas imagens que alimentamos na nossa mente, no que consumimos e no que deixamos entrar. Somos nós que desenhamos essa projeção, mesmo que muitas vezes não nos apercebamos disso.
E, se há sol acima das nuvens, a chuva não é o fim. É só uma parte da viagem. O que importa é a direcção que escolhemos, o que decidimos construir, o horizonte que desenhamos. O destino não é mais do que o reflexo das nossas crenças, das nossas escolhas e daquilo que nos atrevemos a imaginar.
Quando deixarmos de ser apenas espectadores de uma programação imposta e assumirmos o controlo da nossa própria narrativa, vamos perceber que podemos criar um destino que vale a pena viver. Um destino de luz, de propósito e de verdadeira criação.
Este pensamento é dedicado ao meu pai, Carlos Santos, que ainda ontem me disse “cuidado com o que desejas, porque geralmente acontece”.